A Direção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) tomou conhecimento da demissão de seis elementos da Direção, do conjunto de 39 dirigentes que integram os Corpos Gerentes do SMZS, através de uma carta enviada para a vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral, em funções em regime de substituição, assim como para a comunicação social, onde constam uma série de acusações infundadas.
Durante os três últimos anos, a maioria deste grupo de seis dirigentes optou por estar ausente da atividade sindical, não marcando presença na generalidade das reuniões de Direção do SMZS, omitindo as suas opiniões e divergências. Paralelamente, alguns destes dirigentes têm participado numa tentativa de bloqueio da ação sindical, que culminou com a instauração de um processo contra o sindicato, por se oporem a uma alteração estatutária que promove a eleição por voto eletrónico, de forma a aumentar a transparência e a participação no processo eleitoral. Na sequência deste processo contra o sindicato e perante a recusa da vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral em convocar eleições, foi impossibilitada, por enquanto, a realização de eleições para os corpos gerentes, como a Direção do Sindicato explicou em nota previamente enviada aos associados a 31 de outubro de 2024.
O SMZS é uma associação profissional democrática. As decisões são tomadas em órgãos eleitos e após discussão livre e aberta. Por esta razão, lamentamos a decisão destes colegas, que optaram por apresentar as suas críticas através de redes sociais e da comunicação social, sem as terem apresentado em sede própria, nomeadamente nas reuniões dos órgãos do SMZS.
Ao contrário do que é referido na carta, a Direção do SMZS não segue nenhuma «agenda partidária». Aliás, sempre foi e continua a ser composta por dirigentes de diversas posições e visões políticas – dirigentes que fazem o seu trabalho sindical sem serem remunerados, a par do seu trabalho como médicos. A única agenda do SMZS é a representação e defesa dos seus associados, a defesa da carreira médica e do SNS. Prova disso são as frutuosas negociações, em conjunto com outra estrutura sindical médica, nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira ou na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Infelizmente, face à total intransigência negocial dos últimos Ministérios da Saúde, não foi possível chegar a acordos semelhantes a nível nacional, não por pressão ou conveniência externa, mas por ser absolutamente claro que não podemos aceitar retrocessos nem migalhas.
Estes dirigentes demissionários sugerem que a atual Direção do SMZS enveredou por uma «estratégia suicidária» quando, na realidade, o SMZS tem visto um crescimento exponencial e inédito no número de associados, tornando o SMZS na estrutura sindical que mais médicos representa na zona sul e regiões autónomas. Há muitos anos que o sindicalismo médico não se encontrava tão vivo – e isso deve-se a muito trabalho sindical dos dirigentes que estiveram, de facto, presentes, e a muitos médicos que se aproximaram da luta por melhores condições de trabalho.
Por tudo o que aqui foi exposto, por sabermos que os tempos que vivemos são exigentes e por estarmos cientes da nossa imensa responsabilidade, escolhemos não alimentar tentativas de divisão entre os médicos nem nos distrairmos com falsas polémicas.
O empenho da Direção do SMZS é na representação e defesa dos seus associados e dos médicos a trabalhar no país e na realização de eleições democráticas, livres e amplamente participadas para os seus corpos gerentes. Até lá, os elementos da Direção que se mantêm em funções irão continuar focados em defender condições de trabalho dignas para todos os médicos, pela sua valorização profissional e salarial e, consequentemente, por um Serviço Nacional de Saúde que garanta os cuidados de saúde que a população necessita.