Após a demissão dos chefes e subchefes de equipa do serviço de urgência (SU) do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (HFF), no passado dia 29 de novembro, por falta de condições de trabalho e de condições mínimas de segurança para os doentes, o Conselho de Administração (CA) do hospital continua sem apresentar soluções para o problema. Na avaliação do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), trata-se de uma situação gravíssima que impõe uma imediata intervenção do Ministério da Saúde.
A equipa médica de urgência presta cuidados a mais de 500 doentes que recorrem ao SU diariamente, mas também àqueles doentes que permanecem no SU a aguardar cama nos serviços de internamento, nas chamadas «Unidades de Internamento de Curta Duração» (87 camas), às quais acrescem macas «no corredor». No total, são mais de 100 doentes que permanecem «internados» no SU durante vários dias.
As propostas apresentadas até agora pelo CA aos chefes e subchefes de equipa demissionários não vão no sentido de resolver a sobrecarga do SU e das equipas de profissionais. Pelo contrário, o CA insiste em manter esta gestão do SU, que é contrária às boas práticas médicas e que não garante a mínima segurança, qualidade e dignidade dos cuidados de saúde.
Face à falta de condições mínimas para a prestação de cuidados aos utentes, de acordo com a leges artis, os médicos do SU têm apresentando declarações de escusa de responsabilidade. Em vez de apresentar medidas para solucionar esta falta de condições, a Direção Clínica do HFF responde, numa atitude intimidatória, exigindo aos médicos o cumprimento das responsabilidades profissionais, apesar de não estarem reunidas as condições necessárias.
O Diretor do SU, que se demitiu em desacordo com o CA pela forma de gestão do SU, foi substituído interinamente por um adjunto da Direção Clínica. Os chefes e subchefes das equipas de urgência mantêm-se demissionários e exigem a melhoria das condições de atendimento aos utentes.
O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) já solicitou reunião com o CA para discutir os problemas da urgência, que afetam utentes e profissionais, estando a aguardar resposta.
O SMZS solidariza-se com os chefes e subchefes e com todos os colegas que prestam trabalho no SU do HFF. O SMZS exige ao CA do HFF a resolução imediata da falta de condições no SU para profissionais e para utentes, bem como a intervenção urgente do Ministério da Saúde.