Uma falha de refrigeração levou a uma quebra total no sistema informático no Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (HFF), tendo levado ao encerramento das urgências e criado dificuldades noutras valências importantes. Para o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), esta situação tem de ser encarada como um alerta para uma necessidade de investimento, manutenção e inovação nas infraestruturas do SNS.
Por coincidência, no momento em que se assinalam os 30 anos do HFF - um hospital que serve mais de meio milhão de pessoas dos concelhos de Almada e Sintra -, o sistema informático ficou inoperacional e levou ao encerramento do serviço de urgência durante alguns dias, ao cancelamento de centenas de consultas e a constrangimentos em vários serviços, incluindo internamentos, cirurgias e realização de exames e outros procedimentos.
Foi graças ao trabalho incansável dos médicos e todos os profissionais de saúde que a situação não se tornou ainda mais complexa. No entanto, em 2025 e num mundo que depende fortemente da digitalização, o sistema informático não é secundário, até porque é a única forma de aceder a dados clínicos fundamentais para o acompanhamento e tratamento adequado dos doentes.
A ausência de planos de contingência robustos e devidamente testados é também um alerta para a falta de manutenção e investimento nas infraestruturas. Situações como esta intensificam o desgaste dos médicos, que já se encontram a trabalhar numa situação limite. Recordamos que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) previa o investimento de 300 milhões de euros até 2026 para digitalização em saúde, mas persistem os velhos problemas de um parque informático obsoleto e de sistemas desatualizados e inseguros.
Para a FNAM, é essencial a criação urgente de um plano nacional de manutenção e modernização das infraestruturas hospitalares, com especial atenção para sistemas críticos como os de climatização, energia, segurança e suporte informático.