Médico com aviso COVID-19

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) tem recebido vários relatos de insuficiência de equipamentos de proteção básicos para controlo de infeção e de ausência de stocks adequados, para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos de infeção por coronavírus.

A FNAM aconselha os médicos a exigir os equipamentos de proteção recomendados, de acordo com a Orientação 003/2020 da DGS. Caso estes não estejam disponíveis, os médicos devem optar por interromper a sua atividade, reportando imediatamente a falha aos superiores hierárquicos e sindicatos. Só estando garantida a segurança do profissional médico é que este pode retomar a sua atividade.

Na fase em que nos encontramos, o atendimento de toda a infeção respiratória deve exigir máscara cirúrgica para colocar ao doente e material de higienização.

Se um caso de infeção respiratória chegar ao gabinete médico (em contexto de urgência ou consulta), o médico deve questionar o contexto epidemiológico e, caso se enquadre na definição de caso suspeito, deve equipar-se adequadamente para a prestação de cuidados a menos de 1 metro, antes de prosseguir na observação do doente.

Em caso de casos graves/emergentes com necessidade de procedimentos invasivos, o equipamento adequado é o fato de proteção integral ou, no mínimo, a alternativa recomendada na orientação da DGS.

A segurança do profissional é fundamental, para a sua própria preservação, para manter a força de trabalho médica necessária para enfrentar um eventual aumento de casos e para prevenir que os profissionais médicos sejam fonte de transmissão para os restantes profissionais de saúde e doentes.

A Comissão Executiva da FNAM

COVID-19

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) pediu uma reunião de emergência à Autoridade de Saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), respeitante aos casos de contacto direto de profissionais de saúde com doentes infetados pelo COVID-19, no Hospital de Santa Maria.

O Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, deu indicação de manter «em trabalho regular» profissionais assintomáticos. Decisão que, à luz das orientações da DGS e do ECDC, nos coloca as maiores dúvidas.

Os médicos do Hospital de Santa Maria fazem-nos chegar a preocupação, fundamentada, que este se possa tornar o maior problema de saúde pública do país. Falamos do maior Hospital do País e de doentes infetados, que estiveram dias no corredor, contactando com dezenas de profissionais de saúde. É obrigação deontológica dos médicos salvaguardar estes doentes,

Não podemos deixar assuntos desta seriedade sujeitos a critérios arbitrários e medidas avulsas de Conselhos de Administração. Tratando-se de um assunto de Saúde Pública, mais ainda em declarado estado de pandemia, os médicos exigem orientação e esclarecimento direto por parte da Autoridade de Saúde.

A FNAM solicitou, também com carácter de urgência, reunião com a Sra. Diretora da Direcão Geral de Saúde, para discutir o papel que pode desempenhar no combate a esta pandemia.

Hospital SAMS

Decorrente das medidas de contenção e de Saúde Publica, que estão a ser implementadas no País e que necessariamente envolvem os profissionais de saúde, ao serviço do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) e dos SAMS Sul e Ilhas, os Sindicatos decidiram desconvocar a Greve decretada para o próximo dia 13 de Março.

Esta desconvocação da Greve dá também uma oportunidade à Direcção do SBSI/Mais Sindicato, para retomar os processos negociais dos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho (IRCT), tal como propôs recentemente.

Apesar desta desconvocação, os Sindicatos mantêm a sua forte oposição à tentativa de caducidade dos IRCT, recentemente anunciada pela Direcção do SBSI e que levou a decretar esta Greve.

Os Sindicatos reafirmam também a justiça desta Luta dos Trabalhadores, que legitimamente defendem os seus Direitos!

No decurso desta assumida tentativa da retirada dos Direitos dos Trabalhadores, os Sindicatos e a Comissão de Trabalhadores do SBSI/SAMS Sul e Ilhas solicitaram em 21 de Fevereiro, a necessária mediação do governo neste processo, tendo pedido uma audiência urgente,

Assim, uma delegação dos Sindicatos e da Comissão de Trabalhadores deslocar-se-ão ao Ministério do Trabalho, hoje dia 12/Março, pelas 14:30h, para reafirmar a urgente Audiência solicitada ao Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional.

P’los Sindicatos e P’la Comissão de Trabalhadores do SBSI/SAMS Sul e Ilhas

Hospital de Santa Maria

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) teve conhecimento de que o Hospital de Santa Maria pretende não colocar em isolamento os profissionais de saúde que tiveram contacto direto com os casos diagnosticados com COVID-19. Pretende que se mantenham ao trabalho, com máscara.

Trata-se de um comportamento inaceitável por parte de um dos maiores hospitais do país, que se designa como hospital de referência.

Qualquer cidadão em situação de contacto direto com caso diagnosticado com o COVID-19 tem indicação de permanecer em quarentena.

Não se compreende como é que uma Administração Hospitalar toma para si decisões que são do foro da Autoridade de Saúde, mais ainda pretendendo impor aos seus trabalhadores medidas discriminatórias em relação a qualquer outra pessoa.

É uma atitude que desrespeita os direitos dos profissionais de saúde e de risco para a população. Desrespeita as recomendações da DGS e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

A FNAM não será complacente com qualquer falha de segurança que ponha em risco os médicos, outros profissionais de saúde e a população.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul